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Dica do Especialista #9

Olá, pais e/ou responsáveis!

Esta semana vocês devem estar começando a se habituar a nova rotina de tarefas de seus filhos, desejamos que sim!

Lembrem-se que cada criança tem seus ritmos e chega de forma diferente as suas conquistas. Espero que estejamos os ajudando a passar por este momento de pandemia de forma mais organizada, equilibrada, empática e esperançosa.

Hoje trazemos para vocês temas muito importantes. "Fissuras Lábiopalatinas"é o assunto desta semana de fonoaudiologia, explicando o que é e suas formas de tratamento. Já a equipe de psicologia escreveu sobre "Inteligência Emocional", informando o que é, relatando sua importância e orientando como estimulá-la.

Boa leitura e uma ótima semana, repleta de aprendizados positivos, carinhos, partilhas e saúde.

Fonoaudiologia


Nesta semana vamos tratar o assunto das fissuras lábiopalatinas, que são também conhecidas como lábio leporino, ou fenda palatina, que são entendidas como defeitos na junção/ fechamento das estruturas labiais e dos palatos mole e/ou duro (céu da boca). Uma fenda labial apresenta uma fenda no lábio superior que se pode prolongar até ao nariz. Uma fenda palatina ocorre quando o céu da boca apresenta uma fenda que se prolonga até à cavidade nasal.

Sua formação ocorre entre a 4ª e 12ª semana de gestação e alteram as estruturas normais, podendo interferir na sucção, fechamento labial, fala, audição, alimentação, respiração e nos dentes.

As causas das fissuras estão relacionadas com a genética em interação com fatores ambientais, com destaques para tabagismo, consumo de bebidas alcoólicas, falta de vitaminas e alguns medicamentos.

As fissuras labiopalatinas podem ser classificadas de diversas formas, conforme suas alterações. Vamos utilizar a classificação de SPINA et al (1972) que tem como ponto de referência anatômico o forame incisivo, dividindo as fissuras em quatro grupos:

1- fissura pré-forame incisivo(lábio e labio-gengival)

2- fissura transforame incisivo(labiopalatal)

3- fissura pós-forame(palatal)

4- fissura rara na face(acomete qualquer outra área do rosto).



As fendas podem ser em apenas um dos lados do rosto (unilaterais) ou dos dois lados direito e esquerdo (bilaterais). Apresentam diferentes formas: desde uma simples cicatriz no lábio ou até a “campainha” dividida (úvula bífida), ou também formas mais graves com envolvimento do lábio, osso dos dentes e céu da boca no mesmo indivíduo.



Elas afetam os aspectos estético, funcional e emocional. Esteticamente, ela deforma o rosto do indivíduo. Quanto ao aspecto funcional, ela acarreta dificuldades para sucção, deglutição, mastigação, respiração, fonação e audição. Emocionalmente, a harmonia pessoal e social do indivíduo é comprometido. A criança fissurada começa a falar mais tarde e assim que inicia pode ter uma fala incompreensível.


TRATAMENTO


Logo após o diagnóstico, a família é encaminhada a um Centro Especializado, junto ao SUS de acordo com a Portaria SAS/MS nº. 62, de 19 de abril de 1994, para:


• realizar acompanhamento e receber as primeiras orientações sobre os cuidados com o bebê, principalmente relacionados à alimentação e prevenção de infecções de vias respiratórias e orelhas;


• saber sobre as etapas terapêuticas e tirar dúvidas com relação a presença de outras anomalias associadas, risco de morte, idade da cirurgia, falha de dentição, dificuldade de fala e perda auditiva.


O tratamento deve ser iniciado logo, nas primeiras semanas de nascimento e em geral é bastante longo, pois precisa acompanhar o ritmo do crescimento do crânio e das estruturas da face do indivíduo, necessitando de pelo menos três cirurgias realizadas em diferentes idades para corrigir tanto a estética quanto as funções do sistema atingido.

Esses serviços possuem condições físicas, estruturais, de equipamentos e recursos humanos para prestar o atendimento clinico, cirúrgico e de reabilitação adequados e com qualidade aos pacientes com essas deformidades.

Estes serviços são ofertados por uma equipe multidisciplinar especializada, composta por médicos (pediatras, otorrinolaringologistas e cirurgiões plásticos), ortodontistas, fonoaudiólogos, psicólogos, geneticistas, radiologistas e protéticos, visando a uma reabilitação morfológica, funcional e psicossocial.

A reabilitação ocorre em algumas etapas, sendo elas: avaliação, diagnóstico e orientações.

Quando a fissura atinge somente o lábio e a pré-maxila(fissura pré-forame) não observamos graves comprometimentos na comunicação oral, mas quando presentes, em geral, não afetam a compreensão da fala. Por outro lado, quando a fissura acomete o palato(fissura pós-forame) pode apresentar vários comprometimentos na comunicação oral.

Após a primeira cirurgia corretiva grande parte dos pacientes continuam com comprometimento de fala e eles poderão apresentar: ressonância hipernasal, escape de ar nasal, fraca pressão de ar em sons (popularmente conhecido como voz fanha).

Devido estes comprometimentos muitos pacientes desenvolvem Distúrbios Articulatórios Compensatórios (falha na construção dos sons) e a fonoaudiologia na prática clínica trabalha para diminuir e se possível eliminar estas desordens através do treino contínuo do paciente para alterar as diferentes maneiras de produção dos sons da fala.

É importante que estas dificuldades sejam corrigidas antes da próxima cirurgia para se ter certeza de que a fala que estamos ouvindo mostra exatamente as falhas de estrutura(ossos, lábios, dentes, etc) deste paciente, e não corramos o risco de deixar que uma má formação mascare uma imperfeição tornando esta fala funcional e compreensível.



PSICOLOGIA - Inteligência Emocional

Acordar... trabalhar... jantar e dormir para no dia seguinte fazer tudo de novo às vezes pode ser uma repetição cansativa para muitas pessoas. A rotina pode ser dolorida para uns, cansativa para outros, prazerosa para alguns, confortável para muitos, mas uma coisa não dá pra negar: fazer a mesma coisa todos os dias deixa seu cérebro numa oportuna zona de conforto, o deixa acomodado.

Se isso é bom ou ruim? Depende do que você faz com essa zona de conforto, como se sente, que resultados obtêm de suas ações diárias, se é ou não uma postura que se torna funcional e oportuniza uma boa comunicação com seus ambientes de convívio.

Mas é comum, diante da velha zona de conforto, a dificuldade em promover decisões de mudanças radicais necessárias e tudo acaba ficando como está. Com comportamentos repetidamente improdutivos os sentimentos de desânimo, decepção e frustração podem começar a surgir e crescer. Essa avalanche de sentimentos que necessariamente experimentamos todos os dias passa despercebido para a maioria das pessoas. Muitos se tornam refém dos próprios pensamentos.

No entanto, ficar tomando decisões importantes e no dia seguinte mudar tudo, ou seja, viver uma vida de gangorra também não faz bem para ninguém.

Pense agora na sua criança, seu filho, neto, sobrinho, a criança pela qual é responsável. Se como adultos muitas vezes não paramos para escutar nossas emoções e escolher nossas ações, imaginem para crianças ainda com poucos conhecimentos a respeito de si e do mundo que as cerca. Elas também passam por conflitos e situações adversas principalmente em relação aos estudos, por exemplo: uma apresentação em sala de aula, uma prova difícil, os desafios no convívio com os colegas na escola, ou até o desejo de corresponder às expectativas da família. Como será que ele lida com estes sentimentos? É justamente sobre isso que trata a inteligência emocional.

A inteligência é a habilidade de aprendizado, reprodução e criação que uma pessoa tem sobre um assunto. Por isso quando o assunto é inteligência não é possível tratar com uma simples generalização: é ou não é inteligente, por exemplo, não são afirmações possíveis para o campo da psicologia, nós perguntamos "É inteligente em qual área?". Isso mesmo! Os assuntos humanos são infinitos, as habilidades, reproduções e criações a partir deles também são, assim a inteligência não é singular são INTELIGÊNCIAS.

Dessa forma, podemos citar quatro ciclos ao longo da história da psicologia que compõem as Inteligências: qoeficiente de inteligência (QI), inteligência emocional, inteligências múltiplas e inteligência social.

Esses ciclos estudados ao longo da história não se sobrepõem eles se complementam. Ou seja, os quatro ainda são aceitos pelos estudiosos e também são constatados como interligados.

A inteligência emocional se caracteriza com a influência das emoções sobre o processo cognitivo da inteligência. A teoria da inteligência emocional fala em ter conhecimento sobre as próprias emoções para potencializar os demais processos de inteligência.

Então, a inteligência emocional pode ser considerada como a habilidade de gerenciar as emoções. A criança precisa saber reconhecer e aprender a lidar com sua raiva, tristeza, medo e ansiedade para que consiga aproveitar suas outras habilidades e inteligências.

Nos atendimentos às crianças observamos uma grande preocupação com os processos de aprendizagem pedagógica que geralmente envolvem o foco de investimento no quoeficiente de inteligência. São poucas famílias que conhecem a inteligência emocional, sua importância e a correlação com as demais inteligências e seus aprendizados envolvidos. Por isso achamos fundamental fazer o conhecimento deste tema para que também possam ajudar suas crianças neste autoconhecimento que pode impulsiona-las nos outros aprendizados.

Ter conhecimento de seus afetos possibilita que os consiga perceber a influência deles em suas ações, permite que consiga controla-los e perceber os sentimentos de quem os cerca. Detectando sentimentos próprios somos capacitados a detectar o sentimento dos outros e sermos sensíveis aos sentimentos alheios. O autoconhecimento dos sentimentos nos habilita a enfrentar nossos sentimentos e permite que consigamos ser persistentes em nossos compromissos.

Um exemplo de situação onde é importante ter inteligência emocional é durante a preparação e a realização de uma prova de vestibular. Pessoas extremamente inteligentes, mas sobrecarregadas emocionalmente tendem a ter sua inteligência afetada, podendo não obter um desempenho tão bom como poderiam.

Outro exemplo da importância do controle dos sentimentos é em treinamentos de atletas competidores: A raiva é tida culturalmente como um sentimento negativo, porém é o sentimento mais fortemente trabalhado por atletas competidores que necessitam ter sua raiva desenvolvida e a aflorar para atingirem melhores resultados.

Os responsáveis pela educação da criança podem e devem auxiliar no desenvolvimento de algumas habilidades as quais contribuem para a constituição da inteligência emocional: empatia (que nada mais é do que a capacidade de se colocar no lugar do outro), tolerância, paciência, persistência e resiliência (competência de se fortalecer diante dos desafios e dificuldades da vida), são habilidades que podem ser estimuladas ao longo do processo maturacional emocional de uma pessoa. Em qualquer momento da vida podemos trabalhar nossa inteligência emocional e conseguirmos muitos resultados. Sempre é tempo de ampliar a inteligência emocional, independentemente da idade do indivíduo!

A seguir daremos algumas dicas de como podem ajudar seus pequenos a desenvolverem tais habilidades:

•Antes de tudo, sendo exemplo. Perder o controle de suas emoções acontece e é normal, mas frequentemente não conseguir se controlar é o indicativo de que você necessita de ajuda para lidar com suas próprias emoções. Procurar ajuda também é um ótimo exemplo! Mostra que sabe reconhecer suas dificuldades e limitações. Mostra que está disponível a novos aprendizados e busca ser mais flexível em prol de mais qualidade de vida. A criança poderá se sentir mais segura em errar, em tentar fazer o certo, em pedir ajuda quando achar que não consegue lidar.

•Conversar com a criança, mostrar que o aprendizado é contínuo e quando erramos, admitimos e pedimos desculpas. Lembrando que, como dissemos no item anterior, ser o exemplo é a melhor forma. Adultos também podem e devem pedir desculpas quando erram.

•Com relação às dificuldades salientar o lado positivo do crescimento pessoal. Tudo tem um aprendizado positivo, mesmo os momentos mais difíceis. Ajudar a criança a perceber isso a trará mais segurança para experimentar e possibilitará o sentimento de acolhimento e amor mesmo diante das adversidades.

•Mostrar que o adulto não é perfeito e não sabe tudo, mas pode pensar junto e achar novas soluções. O adulto nem sempre tem soluções prontas, convidar a criança para pensar com ele em alternativas para algum problema ou alguma organização familiar aproxima criança e adulto e a criança se sentirá mais estimulada a participar daquele ambiente se sentindo membro importante e respeitado.

•Ler para a criança ou junto com ela histórias envolvendo: amizade, compreensão, superação de sentimentos,...

•Jogos de adivinhação através de mímica permitirão que a criança observe as expressões corporais e afetividades envolvidas na comunicação corporal.

•Montar em uma folha coisas que gosta e que não gosta por meio de listas, desenhos, ou colagem de figuras de revista. Fará com que seu pequeno pare para pensar sobre si, ajudando no autoconhecimento.

•Ajudar a criança a falar de seus sentimentos na hora que está sentindo. Escutar sem julgar, sem reprimir. Aceitar e tentar ampliar a interpretação da criança. Falar sobre uma emoção na hora em que está sentindo, pode ajudar a criança a se acalmar, pois aciona o hemisfério esquerdo do cérebro que é o centro da linguagem e da lógica. A criança também é possibilitada a se perceber e aumentar seu autoconhecimento.

A inteligência emocional é uma poderosa ferramenta para diversos outros aprendizados. Saber lidar com suas emoções permite que a criança (e o adulto) se comunique mais e de forma mais funcional e harmônica.

Como diria a música do Mundo Bita "Não consigo escolher o que é que eu sinto...


Mas me cabe decidir o que fazer". Se você tem a inteligência emocional desenvolvida conseguirá tomar decisões mais funcionais, mais claras, mais coerentes, proveitosas, justas consigo e com seu meio, logo, mais éticas. Segue a letra da música abaixo, ela explica de uma forma lúdica:

Sinto muito, mas eu sinto o que sinto (Eu sinto)

O meu coração não sabe se esconder (Não sabe)

Não consigo escolher o que é que eu sinto (Uh-hu-hu)

Mas me cabe decidir o que fazer

Logo cedo, a mágica do sono me enfeitiçou

Sai pra lá, preguiça! Nem dei bola pro desânimo

Papo de família reunida, sempre sinto amor

Até me embaraço nas palavras, fico tímido

Em cada tropeço que a gente dá

A calma deve ser a porta pra raiva não entrar

E caso a inveja queira aparecer

Deixa ela falando sozinha, bem longe de você

Sinto muito, mas eu sinto o que sinto (Eu sinto)

O meu coração não sabe se esconder (Não sabe)

Não consigo escolher o que é que eu sinto (Uh-hu-hu)

Mas me cabe decidir o que fazer

Quando fico triste, sei um bom remédio pra curar

Gargalhadas de um amigo nunca deixam de alegrar

Se só faz sentido o que é sentido pelo coração

Meu entusiasmo se transformará nessa canção

Nesse balanço, a vida é tão feliz

E sigo sempre curioso, pequeno aprendiz

E sinto orgulho de ser quem eu sou

Carrego toda minha história, seja pra onde for

Sinto muito, mas eu sinto o que sinto (Eu sinto)

O meu coração não sabe se esconder (Não sabe)

Não consigo escolher o que é que eu sinto (Uh-hu-hu)

Mas me cabe decidir o que fazer"

Enfim, lidar com as emoções é um exercício contínuo que envolve dias bons e ruins, mas com a certeza de jamais perder a esperança de aumentar os dias bons e ultrapassar com sabedoria os dias ruins. Por isso trazemos mais uma reflexão para ajudá-los no começo deste novo investimento possível para a rotina da vida:


"Para transformarmos o mundo, precisamos começar por nós mesmos; e o que é relevante começar por nós mesmos é a intenção. A intenção deve ser a de compreendermos a nós mesmos e não de esperar que os outros se transformem." (Krishnamurti, 1998).

Não adianta responsabilizar o(a) parceiro(a), a vó ou o vô da criança, a escola, as influências de amizade, etc. A mudança começa com você, o que você faz para aumentar o autoconhecimento? O que você faz para aumentar sua comunicação? Como está a sua relação com sua criança? Qual a sua intenção? As mudanças de nossa casa começam por nós!

Um filme que ajuda as famílias a entenderem o valor das emoções e como todas são importantes se souber o que fazer com elas é o Divertidamente.

Se divirtam assistindo este filme e cantando a doce canção do Mundo Bita para ajudar a refletirem e fixarem mais este conteúdo crucial para o desenvolvimento saudável de seus filhos e lembrem-se: contem conosco para esclarecer qualquer dúvida!


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