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Dica do Especialista #5

Olá, prezados pais e/ou responsáveis!

Esta semana as fonoaudiólogas do CAEC apresentam para vocês o tema “Gagueira Infantil” e os psicólogos o tema “A Importância de Cuidar de Si”.

Boa leitura e boa semana!

FONOAUDIOLOGIA - Gagueira Infantil

Esta semana vamos falar um pouquinho sobre a gagueira, pois em nossa prática clínica percebemos algumas dúvidas e questionamentos de responsáveis pela criança sobre esse tema.

Conforme a criança se torna cada vez mais verbal, se utilizando mais de sua fala para a sua expressão, ela pode começar a esbarrar em suas palavras. Esses esbarrões podem causar receio sobre a possibilidade da disfluência (gagueira) que, na maioria das vezes, tem relação com o desenvolvimento normal da linguagem oral.

A gagueira é uma descontinuidade no fluxo de fala caracterizada por repetições ou prolongamentos (sons, sílabas, palavras, frases) que afetam a velocidade e o ritmo da fala (bbbb-bola; aí aí aí ele...; “mamãe, mamãe, mamãe cadê meu sa-sa-sa-pato?”), da mesma forma pode apresentar pausas prolongadas, como se estivesse procurando a palavra certa para usar ou além disso repetir as frases inteiras.

Essa disfluência em alguns momentos é possível estar acompanhada por tensão física, reações negativas e escapatória de situações de fala onde a criança pode manifestar: tremores e suor nas mãos ou outras partes do corpo, respiração ofegante, taquicardia(aumento nos batimentos do coração) ou dor de barriga, quando ela se vê frente a circunstâncias que precisa falar.

A fluência é o fator de construção da comunicação, e é estabelecida como a fala de movimento constante e suave. Ou seja, a produção da fala é resultante de um encontro equilibrado entre os pensamentos envolvidos na linguagem e a articulação.” A criança sabe o que quer falar, mas o cérebro tem dificuldade em transformar o pensamento em ato motor (fala)”


É comum que crianças pequenas tenham embaraços na fala (repetição de sons, palavras ou frases). Este fenômeno geralmente ocorre em torno de 2 a 5 anos. É bastante habitual uma criança ir e voltar entre períodos de fluência e disfluência. Pode acontecer sem motivo, mas muitas vezes isso ocorre quando ela está eufórica, cansada ou se sente apressada para falar.

No decorrer desta etapa, as crianças estão ampliando seus vocabulários rapidamente e aprendendo normas complexas de linguagem. Essas regras permitem que as crianças mudem mensagens simples (“mamãe xixi”) em frases mais longas e difíceis, que necessitam maior coordenação motora para realizar (“mamãe quero ir no banheiro fazer xixi”). É normal que possa ocorrer alguns impactos durante o processo.

Para grande parte das crianças as disfluências desaparecem sozinhas, em outros casos, permanecem e os sinais da gagueira tornam-se mais perceptíveis. Se as alterações na fala perdurarem por mais de seis meses é importante a família procurar ajuda de um profissional da fonoaudiologia para avaliar se ainda é uma característica do desenvolvimento ou se é o caso de iniciar o tratamento.

É bastante importante observar como a criança e a família reagem frente à gagueira e se há algum fator estressante associado a essas dificuldades.

As crianças que gaguejam, muitas vezes desenvolvem outras estereotipias, como: piscar os olhos, articulação travada, boca tensa(trêmula), olhar em outra direção e evitar contato visual.

A gagueira será considerada patológica após o período de aquisição da linguagem que dura em média até os 5 anos de idade

Existe tratamento para gagueira e a terapia é simples, divertida e bem sucedida.

Algumas dicas que podem ajudar:


• Ouvir a criança com atenção e manter a calma e espontaneidade enquanto ela fala;

• Falar devagar e sem pressa;

• Incentivar todos da família a serem bons ouvintes;

• Não chamar atenção para a gagueira, aceitando a criança como ela é, não reagindo negativamente, criticando, corrigindo ou punindo a criança quando ela gaguejar;

• Mantenha contato visual natural enquanto a criança está falando (não fixar o olhar na sua boca);

• Não fale para a criança parar de gaguejar (as rupturas de fala são involuntárias);

• Não peça para a criança relaxar, acalmar-se, pensar ou respirar antes de falar. Estes “conselhos” geram insegurança e não ajudam;

• Não chame a criança de gaga (ela pode construir uma auto-imagem errada de gaga);

• Não se sinta ansioso quando a gagueira aumentar. Os períodos podem variar (a criança pode estar bem em um dia e pior no outro);

• Reservar um tempo para conversar com a criança, sem distrações, possibilitando um ambiente de conversação não competitivo. Mostre à criança que ela é ouvida por todos e que pode ter sucesso ao controlar uma conversa e que não sofre pressão para falar;

• Deixe-a terminar de falar antes de responder. Não complete o que a criança está falando, dê o tempo necessário para falar o que deseja;

• Não apresse a criança quando ela estiver tentando falar (isso aumenta a ansiedade tornando a expressão da fala mais difícil);

• Não force a criança a falar em público;

• Não compare com outras crianças. Cada um é único;

• Não demonstre estar constrangido ou com pena da criança.


“Gagueira não tem graça, tem tratamento!” (@abragagueira)

PSICOLOGIA – A Importância de Cuidar de Si

O trabalho clínico atendendo crianças e suas famílias tem nos mostrado o quanto pais e responsáveis se esquecem de si para atender as exigências sociais desse mundo corrido no qual estamos. Esquecer de si é deixar de fazer o que gostamos, é não nos olharmos, não nos arrumarmos do jeito que gostamos, não termos tempo para namorar, não dedicarmos tempo para fazermos coisas que nos dão prazer, coisas que gostamos e nos deixam felizes.

Cuidar de si nem sempre parece, ao senso comum, um tema pertinente para se tratar. Nossa cultura e sociedade valorizam o cuidado com o próximo, a produtividade, o altruísmo, como se esses valores não estivessem conectados ao autocuidado. Parece egoísmo pensarmos em nós mesmos, mas não é! Explicaremos.

Na correria do nosso dia a dia, sempre reclamamos da falta de tempo, mas se pararmos para pensar, sempre arrumamos tempo para o que é importante para nós ou para quem está sob a nossa responsabilidade, os nossos filhos e/ou quem precisamos dispensar cuidados.

Sabemos o quanto uma criança exige de seus pais e responsáveis, exige atenção, cuidados, sustento, esforços, energia e tempo. Sabemos que os dias são corridos, atarefados, cheio de gente pedindo para fazer algo, seja o chefe, familiares, cônjuge, filhos e amigos.

Apesar de parecer que nossos textos anteriores tenham esta mesma ideia, pois focamos na criança, em atividades para fazerem com ela e em todas as suas adaptações, no texto de hoje queremos falar da importância da qualidade de vida dos pais e/ou responsáveis. Queremos mostrar a vocês como tudo está ligado e para que todas as orientações deem certo vocês precisam pensar em si.

Quanto mais nós nos cuidarmos, soubermos do que gostamos de fazer, tanto em nossa profissão como nas horas de lazer e diversão, mais estaremos incentivando a autoestima e a autonomia das nossas crianças. Quanto mais nos realizarmos e sentirmos prazer nas pequenas atividades cotidianas, mais contribuiremos para que nossos pequenos procurem dentro de si mesmos os recursos que levem à felicidade e à realização.

Saber do que gostamos é aumentar o autoconhecimento, isso nos traz segurança, fortalece o que acreditamos, enriquece nossos valores e nossas crenças. Conhecer a si mesmo permite que tenhamos mais flexibilidade e mais empatia para conseguirmos conhecer o outro e respeitarmos seus gostos, suas necessidades e suas escolhas.

Se estivermos mais satisfeitos com a gente, se dedicarmos um tempo para fazermos atividades que nos geram prazer, se nos oportunizarmos namorar, passear, brincar e sermos felizes com o que temos, ficaremos mais bem humorados, mais alegres e conseguiremos encarar até mesmo as dificuldades de forma mais leve, mais criativa e menos negativa.

Você tem um tempo para organizar as suas ideias e os seus sentimentos? Tem tempo para conversar com alguém sobre seus sentimentos, pensamentos, desabafar? Sabe se divertir? Faz coisas prazerosas para você? Como anda sua qualidade de vida? Consegue ser feliz na sua rotina? Seu filho, ou sua criança, conversa com você? Investe tempo para conversar com ele? A sua criança consegue ser feliz na rotina dela? Você para um tempo para escutar o que ela tem a dizer, ou a escuta apenas realizando outras atividades, mal a escuta? Como já foi dito em textos anteriores, os pais são exemplo e a criança observa como os pais agem e se comportam diante das situações do cotidiano.

Se você não consegue organizar seus próprios pensamentos, fica difícil saber o quanto é importante entender suas ideias e valorizar os pensamentos dos outros. Se você não consegue ser feliz na sua rotina é difícil proporcionar espaço para que as pessoas que convivem e/ou dependem de você sejam felizes. Logo, se as crianças prestam mais atenção aos nossos gestos do que as nossas palavras, nossos exemplos " falam mais alto", por assim dizer. E com o autocuidado não é diferente.

Só podemos identificar no outro, aquilo que já enxergamos em nós. É difícil sermos prioridade para nós mesmos em meio a tantas responsabilidades, mas é fundamental que o façamos! É como uma bola de neve, mas você escolhe do que esta neve estará repleta, de afazeres automatizados ou de atividades que carreguem motivação para você poder criar momentos felizes.

Sempre haverá trabalho em nosso serviço, as responsabilidades da casa nunca irão terminar, mas e nós, como ficamos? Cada fase que nos encontramos exige de nós necessidades diferentes que precisamos estar atentos para enfrentá-la da melhor maneira possível, com serenidade, sabedoria e cuidados adequados.

Isso só é possível se nós nos conhecermos, considerarmos os nossos limites e buscarmos ajuda quando acharmos necessário, pois nascemos para vivermos em comunidade, dependendo uns dos outros, sendo generosos, fortes e atentos ao que acontece ao nosso redor e às necessidades de quem está próximo de nós.

Adultos felizes conseguem se comunicar melhor com as crianças, pois estão mais tranquilos, mais animados, positivos, receptivos, empáticos e flexíveis, proporcionando um ambiente mais feliz e acolhedor. Consequentemente, os pais ou responsáveis não culparão as crianças futuramente pela sua infelicidade, por deixarem de fazer as coisas que gostam. Realmente não é responsabilidade delas.

Quando conseguimos investir em nós mesmos, fazer coisas das quais gostamos, nos arrumar mais, fazer as unhas, jogar futebol, tomar um banho demorado, escutar rádio, dançar, passear ou qualquer atividade que particularmente nos deixa satisfeitos, usufruímos de mais momentos felizes. A felicidade é agente indispensável para a saúde.

A saúde mental habilita a nos empoderarmos, quanto mais momentos felizes e satisfeitos, mais energia, afeto positivo, desejo em dedicar tempo em mais atividades diversas, logo, aumenta a capacidade de cuidarmos do outro.

Este fortalecimento e cuidado com a nossa saúde física e mental nos permite a ter uma vida mais feliz e conseguir cuidar de quem precisa de nós. Só conseguimos cuidar com qualidade se nos tratamos com essa qualidade, se estamos satisfeitos.

Existe um dizer de autor desconhecido que é “Amar a si para amar o próximo” e outro, bíblico, “Amar ao próximo como a si mesmo”. Até as religiões e o senso comum partem do princípio que é fundamental se amar em primeiro lugar. Se o amor é cuidado, zelo, dedicação, querer bem, é isso que merecemos de nós mesmos, nos querermos bem, fazendo o que gostamos e lidando da melhor forma possível com o que temos que fazer gostando ou não. A postura de enfrentar de forma positiva o dia a dia pode não ser uma solução, mas com certeza é uma mola propulsora para que atinjamos a força que precisamos para superar os desafios cotidianos. Essa postura é comumente encontrada na infância e, muitas vezes, a perdemos (desencontramos) ao longo da vida. Que tal aproveitarmos nossas crianças em casa para aprender um pouco com elas a como lidar melhor com os acontecimentos diários? A ser feliz com o que se tem.

Para ajuda-los a adotarem estratégias em prol da sua própria saúde mental, aí vão algumas sugestões, procurem fazer algo que dê prazer, como:


• Assistir um filme, escutar música que lhe agrada, dançar, ler um livro, fazer as unhas, cabelo (cuidados pessoais), tomar um banho demorado;

• Sair com amigos, sair para namorar;

• Caminhada, dar uma volta na rua observando o céu, passear de mãos dadas;

• Comer e/ou beber algo especial;

• Contar piadas, chorar de rir, jogar jogos, brincar, dormir sem hora para acordar.


Cada pessoa tem sua realidade e condições. Alguns tem os avós para ficarem com a criança, outros tem outros familiares e outros não tem ninguém. O importante é usar da criatividade, aproveitando pequenos momentos para relaxar. Um momento para assistir um filme, tomar um banho demorado, ler um livro, por exemplos, é quando a criança está cochilando. Cuidem apenas com possíveis atos de negligências e assédios com as crianças, elas não devem ficar sozinhas em casa e nem devem ser submetidas a cenas e sons que as exponham a cumplicidade de relações sexuais, essas exposições ferem seus direitos estatutários podendo acarretar danos ao seu amadurecimento emocional.

Talvez, para os adultos que passarem por esta pandemia sem pegar coronavírus, a lembrança que fique seja do medo do desconhecido, da angústia, de um momento nacionalmente turbulento e difícil. Já para as crianças desta mesma família, provavelmente fique o registro de um momento onde ficou mais em casa, tendo como professora sua família, onde aproveitou o colo dos seus pais e/ou responsáveis, assistiu mais tv acompanhada, brincou, aproveitou para fazer lanches diferentes e se divertir sem sair de casa. E é essa qualidade de vida inocente que estamos dizendo que é necessária para uma maior qualidade de vida. A ilusão ou fantasia por dias melhores garante que cheguemos a esses dias melhores da melhor forma possível e o mais feliz possível. A felicidade do amanhã não se sabe, mas a de agora podemos construir.


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