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Dica do Especialista #4

Olá, prezados pais e/ou responsáveis!

Semanalmente, psicólogos e fonoaudiólogos do CAEC da Secretaria Municipal de Educação de Colombo, trazemos a vocês textos com reflexões e dicas para ajudá-los a lidar no dia a dia com seus pequenos, em especial, nesta fase de isolamento social imposta a todos devido ao novo coronavírus.


Esta semana a fonoaudiologia tratará sobre “Memória Auditiva” e a psicologia sobre “Importância dos Cuidados com o Sono das Crianças”.


Desejamos que nossa partilha sobre esses temas possa tornar mais suave este momento.

FONOAUDIOLOGIA - Memória Auditiva

Memória auditiva é a capacidade de aprender pela audição. Sabendo que a criança já reage a estímulos auditivos na vigésima semana de gestação, dá para imaginar o quanto ela é importante no seu desenvolvimento. É através da memória auditiva que ouvimos as outras pessoas, processamos a mensagem recebida e armazenamos as informações que foram faladas.

Sabe aquela impressão de que ao falar com alguém a mensagem "entra por um ouvido e sai pelo outro"? Seria basicamente isso que ocorre com as pessoas que têm pouca memória auditiva, principalmente com as crianças.

É importante deixar claro que não estamos falando de perda auditiva. As pessoas com déficit de memória auditiva podem ouvir normalmente, mas geralmente se dispersam e têm problemas para se concentrar nas tarefas que estão executando.

O processo da memória auditiva é composto por 4 etapas:


1) Audição: ouvir as informações faladas.

2) Processamento das informações: o cérebro entende o que foi dito.

3) Armazenamento das informações: a mensagem é guardada na memória de curto prazo para que a pessoa responda à pergunta ou siga as instruções, por exemplo. Além disso, as informações podem ser armazenadas na memória de longo prazo para serem lembradas mais tarde.

4) Lembrança: lembrar das informações que já ouviu antes.

Com isso, dá para termos uma ideia dos desafios das crianças com problemas relacionados à memória auditiva:


-Dificuldade em se concentrar;

-Dificuldade em seguir instruções com mais de 2 comandos;

-Precisam de mais tempo para reconhecer e processar as informações que ouviram;

-Baixo desempenho acadêmico;

-Problemas na fala;

-Vocabulário restrito;

-Dificuldade na alfabetização;

-Dificuldade em soletrar palavras;

-Dificuldade em lembrar o que leram depois de alguns parágrafos;

-Surgimento de problemas comportamentais em consequência dos sentimentos de frustração e incompetência.

Treinar a atenção aos sons, a discriminação auditiva e o sequenciamento de sons ajudam a tornar a memória auditiva mais eficiente. Treinando a memória auditiva estaremos reduzindo as chances de problemas na fala e no aprendizado relacionados à questão.

Como fazer isso?

Quanto mais lúdico, ou seja, quanto mais sentido aquela atividade fizer para a criança, mais fácil será para ela memorizar. Brincadeiras simples podem fazer a diferença!



Confira algumas sugestões:

● Viagem em pensamento: peça para a criança fechar os olhos, pensar em lugar que gostaria de ir e escolher um objeto para levar. Pergunte o lugar e o objeto escolhido. Forme uma frase, repetindo o item e acrescentando um novo. Exemplo: vou para a fazenda e levarei meu casaco azul. A criança dará continuidade, acrescentando outro item. Por exemplo: vou para a fazenda e levarei meu casaco azul e um carrinho. A atividade continua até que alguém esqueça de um item ou confunda a sequência.

● Que som é esse?: escolha objetos que façam sons variados (folha de papel, chocalho, zíper, apito, etc). Peça para a criança fechar os olhos e faça algum som. A criança terá que descobrir. Depois, faça sons diferentes em sequência para a criança dizer quais foram e na ordem em que foram apresentados. Palmas e assobios também valem!

● O que está faltando?: Faz a mesma coisa da brincadeira anterior, só que agora você irá repetir a sequência omitindo um dos sons. Peça para a criança adivinhar o som que está faltando.

● Palavras malucas: fale palavras malucas que não existam e peça para a criança repetir uma de cada vez. Ela terá que prestar muita atenção na sequência de som de cada palavra para conseguir memorizar e repetir.

● Ler em voz alta: ao ouvir a história, sem apoio visual, a criança terá que se concentrar exclusivamente na audição. Depois vocês podem trocar ideias sobre a história.

● Músicas: o ritmo ajuda na memorização. Utilize músicas conhecidas, criem novas letras para a mesma melodia, façam coreografias para ajudar na memorização.

Enfim, são atividades simples que podem ser realizadas em família! Aproveitem esse momento de estímulo e diversão!


Nós, fonoaudiólogas do CAEC, continuaremos aqui à disposição para quaisquer dúvidas!

PSICOLOGIA – "A Importância dos Cuidados com o Sono das Crianças"


Vamos abordar aqui a importância do sono para os nossos pequeninos fornecendo algumas informações e orientações para que vocês pais e/ou responsáveis possam ajudá-los na rotina diária.

Esse tema é mais importante do que parece. A quantidade e a qualidade do sono influenciam na concentração, interferem na capacidade e memorização dos aprendizados, no metabolismo, na atenção, nas percepções, nas sensações e interferem, inclusive, nos comportamentos humanos. Crianças com horas insuficientes de sono têm maior tendência a apresentar quadro de hiperatividade e mudanças de humor, por exemplos. O sono deve ser levado a sério já que participa do crescimento corporal influenciando na saúde física, emocional e mental.

Assim, a valorização e organização do dormir pode ajudar a família a estabelecer uma rotina colaborando para um melhor desempenho escolar da criança, estimular seus aprendizados, sua manutenção e contribuir para comportamentos menos impulsivos.

Vocês já repararam que quando dormimos pouco muitas vezes acabamos ficando mal humorados? Ou às vezes temos dificuldade de prestar atenção quando o nosso chefe nos dá alguma informação, podendo sermos grosseiros sem nenhuma justificativa, apenas por não conseguirmos pensar direito porque estamos com sono? Conseguem se identificar?

Logo, ficar com sono pode nos deixar irritadiços, desatentos e impulsivos dentre outros comportamentos disfuncionais que atrapalham nossas relações cotidianas tanto no ambiente de trabalho, escola, faculdade como em nossa casa.

Imaginem, então, crianças com sono tendo comportamentos irritadiços, desatentos, impulsivos, disfuncionais. Vocês se lembram que comentamos, em nossos textos anteriores, o quanto a criança se utiliza de seu corpo para se comunicar devido a fala ainda não ser um instrumento de seu domínio?

Há crianças que sinalizam o seu cansaço mais cedo, já outras, especialmente com mais de 5 anos, mesmo cansadas insistem em desfrutar da companhia dos familiares, ou seja, “brigam” com o sono como costuma-se dizer, adotando comportamentos difíceis de lidar.

Agora, resgatem em suas memórias comportamentos dos seus pequenos que vocês consideram exagerados, agressivos, inadequados, difíceis de lidar, que gostariam que não se utilizassem: bater os pés, jogar as coisas no chão, gritar, usar repetidas vezes palavras agressivas, chorar alto e compulsivamente, agredir fisicamente quem está próximo, por exemplos.

Esses comportamentos são formas primitivas dos comportamentos dos adultos, ou seja, as crianças estão expressando as mesmas afetividades que nós adultos expressamos quando estamos com sono, mas sem o instrumento da fala para ajudá-las a enfrentar/expressar esta dificuldade.

Nestas situações o tipo de atitude dos pais pode fazer uma grande diferença. A criação da rotina costuma encontrar resistência pelas crianças sendo o choro e a birra protestos muito comuns, por isso os pais devem manter-se firmes em suas posições exigindo respeito às normas familiares.

Adultos e crianças brigam com o sono de forma diferente, mas é inevitável esta briga já que dormir é uma necessidade fisiológica do nosso organismo. E, como uma necessidade, o sono se mostra muito importante para o equilíbrio de nossas afetividades. Uma boa noite de sono pode ajudar as crianças a conseguirem se expressar de forma mais coerente, mais tranquila e mais criativa. Um sono de qualidade e quantidade é início de um dia que pode ser muito proveitoso, com muitos aprendizados e muitas trocas de afetos positivos.

Como cuidar do sono dos nossos pequenos? RO - TI - NA


Temos que considerar que é difícil determinar a hora certa para a criança dormir, pois cada família se organiza de acordo com a sua rotina e suas necessidades, procurando conciliá-las com as das crianças.

No entanto, é importante instruí-los que mais importante do que estabelecer uma rotina de sono baseada em um horário é criar hábitos que sigam uma lógica, uma sequência de acontecimentos, até porque, dependendo da idade da criança, nem as horas ela sabe ver.

Um exemplo de rotina seria colocar em ordem de acontecimento as atividades da casa: acordar, escovar os dentes, tomar café da manhã, escovar os dentes, arrumar a cama, brincar, assistir 1 hora de TV, almoçar, escovar os dentes, secar a louça, sentar para estudar, ler a página de um livro, brincar, guardar os brinquedos, arrumar a mesa para a janta, jantar, escovar os dentes, tomar banho, ler mais uma página de um livro já deitado na cama e dormir.

Uma ordem ajuda a criança a se acostumar com os hábitos de higiene, ajuda que consiga seguir a rotina da casa, permite que se sinta segura pois conhece o ritmo de sua casa e já sabe o que esperar de seu funcionamento, e o principal, para o tema de hoje, ajuda a se acalmar e aceitar melhor o momento de dormir.

No exemplo citado acima, se a família decide, principalmente neste momento de isolamento social, acordar um pouco mais tarde, toda esta sequência pode ser mantida sem prejudicar os hábitos necessários para o bom funcionamento de um ambiente familiar. Percebam que a orientação é a flexibilização de ser UM POUCO mais tarde. Se a família muda extremamente sua rotina, alterações das atividades terão que ser feitas para que consigam se adaptar aos novos horários. Grandes alterações neste momento de isolamento podem dificultar o retorno às normais atividades cotidianas.

Manter uma ordem de atividades faz com que a criança se adapte ao ritmo familiar, já intensas e variadas atividades das crianças podem contribuir para que sintam sono num horário não planejado pela família.

Os filhos podem ficar melhores do que os responsáveis depois de uma noite sem dormir, pois eles têm a chance de tirar uma soneca aqui ou ali. Mas, cuidado com as sonequinhas durante o dia! Dependendo da idade da criança, menores de 6 anos, um cochilo diurno pode ser necessário. Todavia, esses intervalos casuais não garantem os mesmos benefícios de uma boa noite de sono!

Com uma rotina estabelecida e a criança adaptada a dormir depois de ler uma página de um livro, como o exemplo anterior, é possível garantir um número de horas de sono conforme a necessidade da idade. Sim, cada idade e cada criança necessita de um tempo diferente de sono.

Nos primeiros anos de vida, a criança necessita de uma grande quantidade de horas de sono, às vezes dorme dia e noite, acordando apenas para se alimentar e ser higienizada. Dormir bem é imprescindível para o adequado desenvolvimento neurológico. A fase escolar necessita em média 9 horas de sono de qualidade, ou seja, dormir no silêncio, com nenhuma ou pouca luminosidade (para aqueles que tem medo de escuro). O tempo de sono ideal e mínimo para a maioria das idades e pessoas é de 8 horas ininterruptas por noite.

O descuido com o sono pode ter consequências para todas as demais fases da vida, adolescência, adulto e idoso. Pesquisas afirmam que crianças com problemas de sono, além de maior probabilidade de apresentar dificuldades de aprendizado, podem manter estes problemas de sono para o restante de sua vida.

Dicas para o preparo do ritual para dormir:


• Nomear que está chegando a hora de dormir;

• Falar que está na hora de dormir;

• Diminuir os barulhos e ritmo da casa;

• Pode ser colocada uma música calma com som baixo para ajudar a criança a relaxar;

• Fazer alimentações leves antes de deitar;

• Encaminhar a criança ao banheiro antes de deitar;

• Fazer higiene bucal antes de deitar;

• Evitar jogos eletrônicos 2 horas antes de deitar;

• Fazer atividades mais calmas antes da hora de dormir: tomar banho, separar e colocar pijama, ler, contar uma história, montar um quebra-cabeça, dentre outras;

• Na hora de dormir, diminuir a luz do ambiente;

• Evitar que o ambiente de dormir seja o mesmo de atividades muito agitadas, as quais percebam que estimulam muito o cérebro da criança.



Com todo este cenário a respeito do sono, acompanhado das dicas, concluímos que é muito importante que os pais e/ou responsáveis também imponham limites no horário de dormir das crianças. Afinal, o sono é fundamental para o desenvolvimento e noites mal dormidas prejudicam a saúde a curto e longo prazo. Nossa principal orientação é que vocês mostrem às crianças como a hora do descanso é importante, ajudando-as a dar valor e a respeitarem este momento fundamental. Não ceder às pressões das crianças nesse assunto é muito importante, é preciso que os pais eduquem as crianças em relação ao sono!

Nós, psicólogos do CAEC, estamos à disposição para quaisquer esclarecimentos. Torcemos para que consigam aproveitar estes textos da melhor forma possível! Boa semana!


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