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DICA DO ESPECIALISTA #2

Olá, prezados pais e/ou responsáveis!

Cá estamos novamente, fonoaudiólogos e psicólogos do CAEC – Centro de Atendimento Especializado à Criança da Secretaria Municipal de Educação de Colombo.

Mantendo o intuito de agregar momentos positivos neste período de quarentena, trazemos mais dicas para que vocês possam complementar o trabalho educacional familiar diário com suas crianças.

A fonoaudiologia trará reflexões para que possam observar e estimular os pequenos diante do tema "Atraso no desenvolvimento da fala".

Como o isolamento pode ter um impacto emocional muito forte, situações de estresse e tédio são comuns. Ocupar as crianças com atividades é uma estratégia certeira e, por isso, o tema da psicologia é “A importância do brincar”.


FONOAUDIOLOGIA - Atraso no desenvolvimento da fala


Considerando que o início do "falar" é um momento muito esperado pelos pais/responsáveis, a aquisição e o desenvolvimento da linguagem oral são marcos importantes na vida da criança.

Os atrasos no desenvolvimento da linguagem não apresentam, necessariamente, a mesma origem e a mesma evolução clínica. Algumas crianças não precisarão de atendimento terapêutico específico, mas orientações aos pais/responsáveis serão de suma importância para ajudar a criança na superação desse atraso. Outras necessitarão de atendimento terapêutico específico, sem o qual dificilmente irão superar totalmente as dificuldades que poderão persistir até a fase adulta. Por isso, o diagnóstico profissional é muito importante.

Em nossa prática profissional no CAEC, é comum ouvirmos dos pais/responsáveis algumas justificativas para o atraso na fala, como por exemplo: "achei que era por preguiça", "o pai dele também demorou para falar, é de família", "ainda é muito cedo pra falar, logo ele se solta", etc, o que, muitas vezes, faz com que a ajuda profissional chegue tarde.

Sabendo que a linguagem oral está diretamente relacionada à aprendizagem, muitos pais/responsáveis procuram ajuda profissional impulsionados pelos problemas e/ou dificuldades na escola. Quando analisamos, podemos observar que tais dificuldades já estavam presentes desde muito cedo na linguagem oral, sem qualquer diagnóstico e tratamento.

Com tudo isso, nós fonoaudiólogas do CAEC, iremos ajudar com algumas orientações simples, porém importantes:

Quando devo procurar ajuda?

Sempre que houver dúvidas se o desenvolvimento da linguagem está adequado ou não. Todas as dúvidas e queixas devem ser levadas em consideração, porque não existe uma idade padrão para a avaliação da linguagem.

Procure a Escola ou o CMEI da criança, expresse a sua dúvida ou preocupação. A instituição de ensino entrará em contato conosco, no CAEC, e agendaremos uma triagem fonoaudiológica para a criança.

Quais são as possíveis causas do atraso na fala?

- Falta de estímulos adequados, como no caso de crianças que ficam muito tempo conectadas aos eletrônicos ou quando os pais/responsáveis não interagem linguisticamente com suas crianças.

- Dificuldade auditiva.

- Limitações cognitivas.

- Atraso global do desenvolvimento.

- Transtorno psicológico.

- Transtorno do Espectro Autista.

Essas são algumas das possíveis causas.

Como estimular a fala?

Muita interação verbal nos 2 primeiros anos de vida.

Conversar bastante com a criança, gesticular, imitar sons, cantar músicas, ler histórias, nomear os objetos e as partes do corpo, falar os nomes das pessoas que a cercam, narrar ações... Utilizar frases curtas e simples, pronunciando de forma clara e correta.



O desenvolvimento de cada criança é muito particular, portanto, não hesite em procurar ajuda profissional se tiver qualquer dúvida.

Nós do CAEC estaremos sempre à disposição!


PSICOLOGIA - A importância do brincar


Em nosso primeiro texto falamos da necessidade de uma reorganização familiar para este período emergente. Citamos a importância de se manter uma rotina, com boa alimentação, com horários de atividades domésticas, lúdicas, pedagógicas, motoras e até mesmo virtuais.

A maioria dessas atividades podem parecer óbvias aos responsáveis, mas observamos na clínica que muitas das famílias não dão o devido valor ao brincar, não o levando a sério como deveriam. Então, vamos aqui tentar explicar o quão importante é o brincar para o processo maturacional humano e como ele pode ser construído em cada família.

Nós adultos usamos como principal ferramenta de comunicação consciente a palavra. Logo, quando temos problemas ou soluções, sucessos ou insucessos, buscamos palavras para representar nossas vivências, nossos sentimentos, nossas afetividades e nossas escolhas. As crianças ainda estão desenvolvendo a habilidade de transformar experiências de vida em palavras, em organizá-las como ideias.

As crianças ainda são novas no mundo das palavras e precisam que elas sejam ditas e reditas, até que consigam formar seus próprios pensamentos.

Se observarmos o processo maturacional dos seres humanos, vamos ver que primeiramente se comunica corporalmente, através do choro, dos gemidos, apontando o que quer, (...). A lógica emocional da vida de uma criança está nessa transição, entre uma expressão que era exclusivamente corporal e um ambiente que pede e exige dela que se insira no mundo da comunicação verbal.

No entanto, as crianças precisam ser “escutadas” também. Precisam que o adulto olhe para elas e tente, junto com elas, nomear o que está passando, o que está sentindo e o que está acontecendo ao seu redor.

Geralmente por falta do brincar, ou por falta do adulto no brincar, a comunicação entre adultos e crianças apresenta-se falha, pois adultos esperam comunicação verbal e as crianças geralmente não atingiram a capacidade de se comunicar com destreza através dessa linguagem.

A ferramenta de comunicação da criança é o brincar. Assim, para que os adultos consigam se comunicar com mais eficiência com as crianças e atinjam seus objetivos com elas, eles precisam estar atentos ao brincar de suas crianças e, mais do que isso, estarem disponíveis para esse brincar.


O brincar nada mais é do que o proporcionar um espaço, um tempo, onde juntos possam construir conteúdos fantasiosos espontaneamente. O tempo não precisa ser muito ou pouco, o importante é o adulto separar um período em que possa dar atenção exclusiva para a criança, brincar só com ela sem ficar fazendo atividades em paralelo (enquanto cozinha, enquanto limpa), isso é um tempo de qualidade, o adulto se envolver e estar presente com e para a criança. Claro que durante o dia o responsável brincará ou poderá brincar com a criança enquanto realiza outra atividade, mas separar um momento exclusivo do brincar se faz muito importante.

O lugar da brincadeira não precisa ser especial por si mesmo, pode ser na sala, na cozinha, no banheiro, por toda casa. Um momento de brincar de princesa, de salão, de guerra, de pega-pega, polícia e ladrão, cozinheira, mamãe e filhinho, boneca, brincadeiras de roda, de jogar um jogo, dentre outras infinidades. Cada brincadeira tem seu valor, seu aprendizado e sua contribuição no processo de desenvolvimento maturacional emocional.

Cada vez que um adulto brinca com uma criança, ele está colaborando para a saúde de ambos. Saúde significa a integração entre os sentimentos do corpo e o sentimento e desenvolvimento em relação ao mundo real. Na saúde da criança devem ser consideradas as experiências a partir da relação com o outro.

A criança está física e psiquicamente em contínua troca com o ambiente e se desenvolve e amadurece no encontro com o outro. E é por esse encontro com o outro ser tão importante para o desenvolvimento que alertamos a importância do brincar entre pais e filhos, entre responsáveis e crianças, e assim por diante.

São essas brincadeiras que estimulam a possibilidade de serem criativas e utilizarem integralmente sua personalidade em desenvolvimento, se descobrindo a cada instante do brincar.

O brincar também estreita laços afetivos entre pais, filhos, irmãos, familiares, como aumenta o interesse e a motivação da criança.

O brincar propicia uma interação proveitosa tanto para as crianças, quanto para os adultos, pois o adulto pode auxiliar a criança a lidar com algumas emoções, como a frustração da derrota, bem como estimulá-la propondo problemas que demandam soluções, permitindo que a criança aprenda a escutar e a ser escutada.

A brincadeira ajuda o adulto a mostrar para a criança quais são os funcionamentos e lógicas do mundo ao seu redor, pois mesmo que fantasiosa, sempre trazem um conteúdo de conexão com a realidade, trabalhando divertidamente com ensinamentos de valores sociais.

Toda brincadeira tem regras, tem início, meio e fim, tem hora, tem local, tem toda uma logística que pode ser apresentada para a criança fazendo um paralelo com a realidade que a cerca. Mas o brincar sem objetivar algum aprendizado específico pode ser ainda mais educativo, pois permite que o prazer de partilhar fique responsável em apresentar para criança os benefícios de um momento de partilha com quem se ama.

Brincar é fantasiar o viver, é treinar para o viver!

Para que o brincar espontâneo ou até mesmo o direcionado ocorra de forma mais proveitosa e prazerosa, o adulto que está encarregado de “puxar a brincadeira” deve identificar quais brincadeiras gostaria de brincar com aquela criança.

Às vezes, escolher uma brincadeira que traga boas lembranças da infância, ou uma pela qual desejava-se fazer mas não teve oportunidade, ou uma brincadeira que vê o filho, filha, criança brincando e tem vontade de se juntar para brincar é muito conveniente para o sucesso do brincar juntos.

Há famílias que possuem mais interesse em jogos, outras em brincadeiras de casinha, outras em desenhar, outras em criar jogos, construir brinquedos, outras em criar histórias, outras com brincadeiras de roda, quebra-cabeças e assim por diante.

Reconhecer um perfil familiar de brincadeiras pode ajudar aqueles adultos que ainda não tem o hábito de brincar com as suas crianças. Ideias de brincadeiras não faltam no mundo virtual.

As possibilidades de brincadeiras são infinitas e é possível resgatar brincadeiras antigas, fugindo um pouco da tecnologia, que às vezes nos aproxima, mas geralmente não contribui tanto para o desenvolvimento emocional como a brincadeira presencial, corporal, de trocas físicas e motoras entre os participantes.

Logo, o brincar para a criança é um instrumento de comunicação, para o adulto também pode ser para que consiga se comunicar com maior eficácia com a criança, mas mais do que isso pode ser um aliado no processo educacional pessoal de seus filhos, pois tornará a apresentação de regras mais divertida e os ensinamentos mais leves.

O brincar socializa, seja por meio da música, do gesto, da escrita, do conto, da leitura, mostrando a importância de saber partilhar e de se relacionar, desenvolvendo respeito a si mesmo e ao outro, num processo que auxilia a autoimagem e a autoestima. Ajuda a criança a compreender o mundo através dos exercícios de curiosidade, concentração, imitação da realidade, comunicação, negociação, adaptação a regras.

E, oportuniza o adulto a respeitar a criança, sua fase de desenvolvimento e seu estado momentâneo de incapacidade de responder à sua família apenas com palavras.

A participação do adulto no brincar da criança constrói sentimentos de pertencer a um ambiente familiar onde é amada, respeitada, acolhida e onde pode experimentar ser em sociedade.

Além de todas as fundamentações apresentadas, a brincadeira também é uma boa opção para fazer a criança se movimentar e gastar a energia que tem de sobra neste momento de clausura.


Brincar, então, é uma atividade completa:


1. Estimula as relações pessoais;

2. Incita a cognição;

3. Ajuda na formação comportamental;

4. Fortalece o desenvolvimento emocional;

5. Exercita a concentração e a atenção;

6. Instiga a criatividade;

7. Aguça a curiosidade;

8. Trabalha o corpo;

9. Proporciona o desenvolvimento da linguagem;

10. É essencial na constituição para um adulto emocionalmente saudável.


Assim, concluímos que brincadeira é coisa séria!

Desejamos que aproveitem este tempo juntos para se aproximarem de suas crianças, fortalecerem os laços, se importarem com a afetividade entre vocês, para construírem um caminho de felicidade juntos, partilhando, criando, conversando, com muito carinho e diversão.

Seguem sugestões de sites com brincadeiras para vocês aproveitarem juntos:

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