SEMED
28 de mai de 20207 min
Prezados pais e/ou responsáveis:
Esta semana as crianças já devem ter finalizado as primeiras atividades escolares não presenciais e estão prontas para receberem mais, já que temos um cronograma quinzenal até final de julho.
Por isso, o tema da psicologia desta semana, será "a importância dos pais com relação as atividades escolares", salientando que os pais e/ou responsáveis precisam atender, orientar e acompanhar seus filhos nas tarefas a serem realizadas. E para que ocorra aquisição de conhecimento e aprendizado da melhor forma possível, os psicólogos do CAEC pontuam algumas dicas importantes.
A Fonoaudiologia traz como tema o "processamento auditivo central", também conhecido pela sigla PAC, onde os fonoaudiólogos do CAEC, abordam as causas, sintomas e como os pais e/ou responsáveis podem ajudar.
Boa leitura e boa prática nessa nova lida do dia a dia!!
FONOAUDIOLOGIA
Olá! Hoje nosso tema será PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL também conhecido pela sigla PAC.
Em nossa prática clínica temos observado muitos casos de PAC alterado com ou sem diagnóstico.
O Processamento Auditivo Central é a capacidade que o nosso cérebro tem de usar a informação que chega pelos ouvidos, ou seja, "é o que o cérebro faz com o que o ouvido ouve".
Ele representa um conjunto de habilidades que são desenvolvidas desde o nascimento, como por exemplo: localizar o som, focar a atenção em um determinado som e ignorar outros, discriminar um som do outro, memorizar uma sequência de sons, entre outros.
Algumas pessoas apresentam dificuldade nessas habilidades, o que provoca desatenção, dificuldade de concentração, de compreensão e de aprendizagem. Isso é chamado de Transtorno do Processamento Auditivo Central ou Distúrbio do Processamento Auditivo Central (DPAC).
O DPAC ocorre até em quem escuta bem e pode acontecer em qualquer faixa etária, mas é percebido mais facilmente durante o período escolar (que é uma fase onde há bastante estímulos auditivos e linguísticos).
Causas
O DPAC pode ser ocasionado por diversos motivos. Dentre os principais podemos citar:
• otites frequentes;
• pouca estimulação auditiva;
• malformações congênitas;
• hiperbilirrubinemia (doença que surge logo nos primeiros dias de vida do bebê, sendo causada pelo acúmulo de bilirrubina no sangue, e deixando a pele amarelada);
• hereditariedade;
• algumas síndromes neurológicas e degenerativas;
• epilepsia;
• bebês prematuros;
• envelhecimento natural do cérebro.
Sintomas
Identificar o DPAC precocemente, nem sempre é muito simples. Como a perda é gradual, as famílias só conseguem perceber que algo está errado quando os sintomas já estão muito avançados.
Nas crianças e nos adolescentes, ele é facilmente confundido com déficit de atenção e dislexia. Isso ocorre porque o quadro se mostra muito parecido entre eles. Como a criança não consegue processar de forma adequada as informações auditivas, acaba indo mal na escola, ficando desatenta e apresentando problemas na leitura e na escrita, por exemplo.
Vejam alguns sintomas mais comuns do DPAC:
• dificuldade para compreender aquilo que é falado em ambientes nos quais há barulho;
• dificuldade para perceber de onde vem o som (localização da fonte sonora);
• dificuldade para ler, escrever e interpretar o que foi lido ou dito por alguém;
• trocas de letras tanto na fala quanto na escrita;
• demora para compreender o que foi dito;
• fala muito "hã?", "o quê?", "não entendi", "pode repetir?";
• pouca concentração;
• comprometimento das vias auditivas (perdas auditivas);
• dificuldade para entender piadas, charadas e frases de duplo sentido;
• dificuldade para reter (memorizar) as informações recebidas;
• dificuldade para compreender as pessoas que falam muito rápido;
• pouco ritmo musical;
• dificuldade para aprender uma segunda língua;
• dificuldade para contar um fato ou uma história;
• dificuldade em transmitir um recado;
• dificuldade em seguir uma sequência de tarefas e/ou atividades que lhe foi falada;
• dificuldade em relacionar a informação auditiva com a visual;
• geralmente são crianças muito agitadas ou muito quietas;
• podem apresentar dificuldade de relacionamento com crianças da mesma faixa etária;
• problemas de produção de fala envolvendo, principalmente, os sons /r/ (de barata, por exemplo) e /l/.
Estes, assim como outros comportamentos, podem ser sinais de uma dificuldade no processamento auditivo das informações.
Cabe aqui ressaltar que muitos desses comportamentos podem também aparecer em outras condições, tais como: dificuldades de aprendizagem, transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), níveis de depressão, entre outros.
Pais e responsáveis, se vocês notaram que algo não vai bem com a criança, está na hora de procurar um profissional especializado. Pode ser um médico otorrinolaringologista ou um fonoaudiólogo para ajudar a identificar adequadamente o problema.
O diagnóstico, através dos exames específicos, estabelecerá quais habilidades auditivas estão mais comprometidas na criança. Estas servirão de orientação para o fonoaudiólogo usar as técnicas de reabilitação e para os professores elaborarem técnicas para o desenvolvimento da aprendizagem da criança.
A avaliação é feita de acordo com a faixa etária e as condições clínicas de cada criança.
São testes específicos que irão identificar a capacidade auditiva e concluir se a criança tem alguma dificuldade para ouvir ou se o problema está no processamento auditivo.
O primeiro passo é a audiometria, que é o exame que detecta qualquer perda auditiva. Caso a criança aponte plena capacidade de audição, aí sim serão realizados os demais testes.
Esses testes simulam situações que precisem de atenção, concentração e habilidades de escuta, como diante de ruídos, por exemplo.
Após a realização dos exames, o fonoaudiólogo fará a análise desses dados e irá direcionar a criança para o tratamento adequado.
Atenção: o DPAC não está diretamente relacionado a problemas de audição! A pessoa pode apresentar o distúrbio mesmo que sua audição seja normal.
Como os pais/responsáveis podem ajudar?
• Antes de começar a falar, chame, olhe ou toque a criança. Garanta que ela está olhando para você.
• Fale mais alto, sem gritar, olhando para a criança de frente.
• Fale pausadamente, mas articulado.
• Repita a ordem várias vezes, garanta que a criança entendeu, pedindo que ela repita o que deve ser feito.
• Use frases mais curtas.
• Adicione palavras diferentes às da criança, ampliando o vocabulário dela.
• No início, diminua os barulhos da casa (desligar rádio, TV) enquanto se fala com a criança.
• Conte histórias, cante músicas, pergunte sobre as atividades do dia.
• Reforce o que há de melhor na criança.
• Não estabeleçam comparações entre os filhos. Cada criança apresenta um comportamento diante da mesma situação.
• Procure conversar sempre com a criança sobre como está se sentindo.
Como os professores podem ajudar?
Algumas estratégias para uma melhor comunicação em sala de aula:
• A posição da criança em sala de aula deve ser ao lado do professor, afastada da porta e da janela.
• Em uma explicação, o professor deve procurar usar frases curtas, ritmo mais lento e com palavras de fácil entendimento.
• Se possível, deve dar como apoio ao aluno uma associação visual para determinada explicação.
• Pedir para a criança repetir o comando para verificar se, de fato, ela compreendeu o que lhe foi dito.
• Repetir, quantas vezes forem necessárias, a fala sobre o assunto abordado até que a criança entenda.
• Se possível, ter em alguns momentos uma ajuda individual.
• Dependendo do caso da alteração, realizar as avaliações da criança de uma outra forma, podendo ser oral ou mista.
• O uso de recurso visual simultâneo à mensagem auditiva pode ajudar na memorização.
• Escrever no quadro palavras-chave do novo material e as instruções (a criança com DPAC necessita de anotações organizadas e lembretes).
• Ajudar a criança a descobrir um caminho de aprendizagem (através de recursos intelectuais) para que ela e o professor consigam sucesso na ensinagem e aprendizagem.
• Compreender que ocorre cansaço mental com frequência, isto é, antes do que nos demais alunos.
Lembrando que nós, fonoaudiólogas do CAEC, continuamos à disposição!
PSICOLOGIA
A importância dos pais com relação as atividades escolares
Sabemos que a educação de uma criança não se resume a escola. No mínimo é construída pela Escola, família, criança e outros profissionais que se fizerem necessários para que ela alcance os objetivos curriculares e um desenvolvimento integral.
Desde o dia 11 de maio as unidades escolares, seus alunos e respectivas famílias estão enfrentando um novo desafio: a entrega e realização das atividades não presenciais de modo impresso ou online, contendo estudos dirigidos, quizzes, orientações didáticas e orientações aos pais no cuidado e educação de seus filhos. Estas atividades obrigatórias deverão ser realizadas num prazo de 15 dias e entregues nas unidades escolares em que os alunos estiverem matriculados, contando como presença e, portanto, como currículo ministrado.
Nesta nova fase a criança precisa contar com a ajuda dos pais e/ou responsáveis que precisam atender, orientar e acompanhar as tarefas escolares a serem realizadas. Para que haja aquisição do conhecimento, aprendizado prazeroso e interessante nós, os profissionais do CAEC, vamos dar algumas dicas necessárias. Como ponto de partida as crianças precisam estar alimentadas e descansadas para que possam se concentrar na execução das atividades. Estas devem ser realizadas num ambiente tranquilo, iluminado e sem distrações. É necessário estabelecer um horário que seja melhor para a criança, para que se evite o atrito e a aversão a aquisição da aprendizagem. Priorizar a organização e a divisão dos conteúdos destas atividades para que não se cansem e nem se irritem, como também evitar que os adultos tenham atitudes inadequadas que desestimulem a criança a querer estudar novamente. Os pais e/ou responsáveis devem ser tolerantes, compreensivos frente as dificuldades da criança, necessitam aceitar e respeitar o tempo, o ritmo e as diferenças para o aprender, considerando seu funcionamento. Precisam dialogar, incentivar, valorizar cada tarefa concluída, mostrar o que a criança tem de positivo e o que precisa desenvolver, sem apontar essas características como erros, senão frustram-se rápido e desistem muito cedo, é preciso carregá-las de positividade e otimismo. Claro que a criança precisa saber lidar com as frustrações, com os “nãos” que a vida pode dar, no caso da tarefa escolar, saber apagar, refazer o que errou, sem desespero, sem estresse, sem raiva. Deve-se permitir que a criança faça sua própria tarefa, prepare, busque, guarde o próprio material escolar, desenvolvendo sua autonomia, levando em consideração que a criança precisa estar preparada para dar conta de suas atividades, responsabilidades, pois em vários momentos da vida, por exemplo na escola, estará sozinha com suas obrigações.
A criança tendo estes valores repassados através do comportamento dos pais, vai se sentir mais segura, capaz e confiante nas suas respostas, se fortalece acreditando que é capaz, conseguindo aprender e enfrentando suas dificuldades. Valores estes, como: autoestima, autoconfiança, paciência, autonomia, persistência, humildade, tolerância, frustrações, entre outros valores essenciais como o respeito, companheirismo e amor, são fundamentais para uma boa relação de aprendizagem frente às tarefas escolares e frente às realidades da vida.
Diante deste novo formato de aprendizagem não presencial, é muito importante que os pais e/ou responsáveis dêem um retorno para os professores sobre o aproveitamento de suas crianças, bem como de suas maiores dificuldades, para que haja uma adaptação destas atividades, objetivando a plena aquisição do conteúdo programado. Esta conexão pode ser feita através de bilhetes que serão entregues junto com as atividades nas datas já programadas: 25/05, 15/06, 06/07 e 27/07.
Para concluirmos deixamos aqui uma reflexão: “Por mais que seja difícil e desafiadora a circunstância que estamos vivendo, comemore a sua luta e siga em frente porque quando a tempestade passar, o céu azul aparecerá” ( Caio Carneiro ).